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Doença de Alzheimer

Minha memória está ruim, será que é Alzheimer?

 

Essa é uma pergunta que ouvimos constantemente no consultório, mas calma! Nem todo déficit de memória ou atenção significa um quadro neurodegenerativo por trás. Há inúmeros fatores que interferem na nossa capacidade de memorização e concentração: qualidade do sono, sobrecarga de informações, fatores emocionais, hormonais, nutricionais, uso de substâncias que interferem na nossa cognição, como o álcool e até mesmo alguns medicamentos. Por isso, só uma avaliação médica minuciosa pode definir a causa e indicar o melhor tratamento.

 

Mas o que é a doença de Alzheimer (DA)?

A DA é a doença neurodegenerativa mais prevalente na população mundial, caracterizada principalmente por uma perda insidiosa e progressiva da memória, evoluindo para um comprometimento mais importante do ponto de vista motor e cognitivo, levando à dependência para as atividades da vida diária. No cérebro, ocorre uma perda lenta e progressiva de neurônios (neurodegeneração), predominando em regiões importantes para a consolidação da memória, mas não se restringindo às mesmas. Geralmente, acomete pessoas acima dos 65 anos, embora haja formas mais raras de início mais precoce.

Como é feito o diagnóstico de doença de Alzheimer (DA)?

O diagnóstico em vida é exclusivamente clínico, ou seja, com uma boa história e exame físico feitos pelo médico. Não existe nenhum exame complementar que dê o diagnóstico de DA, mas normalmente o profissional médico solicita alguns exames para investigar e afastar outras condições que possam interferir com a memória. A avaliação neuropsicológica, que consiste em uma extensa bateria de testes cognitivos, também é uma ferramenta auxiliar tanto no diagnóstico como no manejo da DA, pois permite identificar quais as funções mais comprometidas e auxilia a traçar uma estratégia de reabilitação.

 

O Alzheimer é genético?

Essa também é uma grande dúvida que acomete familiares de pessoas com Alzheimer: se meu parente tem DA, significa que eu também vou ter? Nas formas mais comuns da DA, ou seja, aquelas com início acima dos 65 anos, ter um parente com essa condição não significa que a pessoa também terá a doença. Existe sim, um risco um pouco maior do que o da população geral, mas sabemos que uma série de outros fatores no nosso estilo de vida contribuem tanto para proteger quanto para deixar nosso cérebro mais suscetível à neurodegeneração.  Já nas formas mais raras de DA de início precoce (geralmente antes dos 60 anos), o fator genético é mais importante e encontramos mutações em alguns genes. Nesses casos, que correspondem a menos de 10% dos pacientes, várias gerações da família podem ser acometidas, caso herdem a mutação genética. Como essas formas genéticas são raras, não recomendamos fazer teste genético para a investigação de risco, a não ser naquelas famílias com muitos casos de DA. Mas nenhum teste genético deve ser feito sem o devido aconselhamento genético, para que a pessoa possa tomar essa decisão tendo todas as informações necessárias.

 

Como é o tratamento da doença de Alzheimer?

Ainda não há um tratamento curativo, mas o diagnóstico precoce é importante, pois há medicamentos e estratégias de reabilitação que podem melhorar muito a qualidade de vida, quando introduzidos na época certa. Além disso, é muito importante que a família seja educada sobre a doença e que receba o suporte adequado para lidar com as dificuldades. Nesse sentindo, o profissional da saúde tem as associações de pacientes como grandes aliadas, pois elas têm um importante papel educacional e de apoio a pacientes e familiares.  O tratamento não se restringe apenas ao uso de medicamentos, é importante que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar que, além do neurologista, envolva outros profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e neuropsicólogos, para que juntos estabeleçam estratégias de reabilitação e manejo das dificuldades, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e cuidadores.

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Existe prevenção para a doença de Alzheimer?

Vários fatores de risco relacionados ao nosso estilo de vida podem ser modificados para prevenir ou, pelo menos, adiar o início do Alzheimer. Veja alguns deles abaixo: 

Pratique exercícios regularmente: os benefícios da atividade física regular são bem conhecidos por seus componentes anti-inflamatórios, melhora da circulação e aumento de sinapses.

Aprenda coisas novas: não existe idade para começar. É importante sair da zona de conforto e se desafiar a aprender coisas novas, como um idioma, dança, um esporte, um instrumento musical.

Cuide do sono: privação de sono, apneia do sono e outros distúrbios estão relacionados ao aumento de risco para demências.

Alimentação equilibrada: todos os macronutrientes são importantes para manter um corpo saudável (carboidratos, gorduras e proteínas), o importante é a qualidade e equilíbrio dos mesmos. Evite o uso frequente de alimentos industrializados/ processados, que normalmente têm excesso de açúcares e gorduras de má qualidade. Dê preferência para os alimentos frescos.

Mantenha o risco cardiovascular sob controle: doenças cardiovasculares como hipertensão, diabetes, dislipidemia e obesidade mal controladas, principalmente na meia idade, são fatores de risco para as demências.

Socialização: promover atividades em conjunto com amigos e familiares é extremamente benéfico para a cognição. Evite o isolamento. 

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